Fertilidade do solo: importância para a agricultura

Garantir a fertilidade do solo é um dos principais passos para aumentar a produtividade agrícola. Porém, gastos maiores com fertilizantes nem sempre significam grande aumento de produtividade.

Afinal, o agricultor precisa de critérios para saber qual o melhor fertilizante, a quantidade e onde aplicar. Com isso, é possível reduzir custos com esse importante insumo da agricultura moderna.

Neste artigo estaremos destacando a importância da fertilidade do solo para aumentar sua produção agrícola e consequentemente ter mais lucros na comercialização da safra.

O que é fertilidade do solo?

O solo é a base de sustentação das plantas na agricultura. Por mais que existam técnicas de produção de alimentos em ambientes hidropônicos, a terra ainda é o principal meio onde as plantas produzem fibras, madeira, fontes renováveis ​​de energia e, principalmente, alimentos.

A fertilidade do solo garante níveis ótimos de nutrientes disponíveis para o crescimento das plantas, deixando-as mais vigorosas e saudáveis, com maior resistência a pragas.

As plantas crescem e se desenvolvem se tiverem ar, água, luz solar e solo fértil disponíveis. Certamente com estas condições adequadas é possível garantir uma boa produção agrícola.

Segundo um dos maiores especialistas da área, o Agrônomo Eurípedes Malavolta (publicou 45 livros e 850 artigos sobre o tema), a fertilidade está relacionada à capacidade do solo de fornecer nutrientes às plantas, o que é essencial na agricultura moderna.

Portanto, a seguir entenderemos como funciona essa fertilidade. Na verdade, um solo fértil é o que sustenta as plantas, armazena água e filtra a poluição.

Fertilidade e produtividade do solo são sinônimos?

No passado, muitas pessoas acreditavam que as plantas só precisavam de água para crescer. Mas, após vários estudos, percebeu-se que tanto a água, o clima, a temperatura e a própria fertilidade são fatores essenciais para se obter alta produtividade na agricultura.


Um sistema de irrigação por si só não garante uma boa produção agrícola. Depende de outros fatores, como a fertilidade da terra.

Imagine um produtor que cultiva milho nas duas safras agrícolas em uma área fértil. Na primeira, ele tinha à sua disposição todo o ambiente favorável mencionado acima. Na segunda safra, houve problemas climáticos: menos chuvas, além de baixa radiação e temperatura.

A tendência natural é que esta segunda safra apresente menor produtividade porque a planta não teve os mesmos nutrientes disponíveis do primeiro ciclo de produção.

Por esta razão, o solo fértil nem sempre será produtivo. É necessário que o ambiente como um todo seja favorável durante todo o período de cultivo. Isto é essencial na agricultura.

Como descobrir a fertilidade do solo

Para saber quais nutrientes podem ser encontrados no solo é necessário realizar uma amostragem em alguns pontos da propriedade.

Na verdade, estes pontos devem ser definidos seguindo critérios específicos, como topografia, homogeneidade do terreno e declividade, para permitir que a variabilidade dos povoamentos seja representada de forma real.


Para saber o nível de fertilidade do solo agrícola é necessária a coleta de amostras que serão analisadas em laboratório.

A coleta de solo pode ser feita com alguns equipamentos mais simples, como uma broca, ou utilizando ferramentas de agricultura de precisão, ou seja, sondas específicas para esta tarefa. Além de coletar amostras, é possível medir o nível de compactação e umidade.

Camadas compactadas reduzem a produtividade, ou seja, impedem que o sistema radicular das plantas atinja maiores profundidades. Equipamentos como subsoladores e grades preparam o solo e transformam as camadas superficiais e subterrâneas em condições para a produção agrícola.

Não vídeo abaixo, siga todos os passos para fazer uma boa coleta de amostras para avaliar a fertilidade do solo. Cuidados importantes que garantem a qualidade do resultado final:

Source: Epagri Videos.

Após a coleta, as amostras são enviadas para um laboratório que analisará sua fertilidade. Este estudo técnico é considerado um dos melhores investimentos na agricultura, pois traz economia no uso de fertilizantes e aumenta, resultando na produtividade agrícola.

O custo de uma análise de solo pode variar de R$ 6,00 a R$ 50,00, dependendo da quantidade de hectares e do tipo de análise necessária. Comparado aos benefícios gerados, esse valor se dilui facilmente nos custos agrícolas nas primeiras safras.

Geralmente são realizados dois tipos de análise:

  • análise física: determina a granulometria das frações areia, silte e argila, umidade, porosidade, densidade, entre outros.
  • Análises químicas: determina a acidez do solo, macro e micronutrientes, teor de matéria orgânica e saturação de alumínio.

A análise foliar permite saber quais nutrientes estão presentes nas plantas. Este tipo é feito com o objetivo de conhecer deficiências ou toxicidade de alguns nutrientes.

Tendo em mãos esse “raio X” da propriedade, o agricultor consegue entender a variabilidade da fertilidade e distinguir áreas que mais necessitam de calagem e/ou adubação.

Análise do solo em mãos: e agora?

Um agrônomo ou empresa especializada deverá interpretar os resultados da análise de solo realizada pelo laboratório especializado. Não é uma coisa tão difícil. Mas, requer o conhecimento de um profissional qualificado que fará as recomendações corretas para garantir a fertilidade da área de plantio na agricultura.

O primeiro item a ser verificado é o presença de acidez no chão. Caso seja encontrada grande quantidade de hidrogênio na amostra, é necessário fazer a correção.

Mais de 70% das terras cultivadas apresentam alta acidez. A acidez do solo não favorece o crescimento das plantas, pois afeta a disponibilidade de nutrientes às plantas.


A aplicação de calcário é uma das técnicas mais utilizadas para corrigir a acidez do solo, melhorando a sua fertilidade. Foto: Nova Candelária/RS.

A calagem é uma técnica simples e eficaz que visa aumentar os níveis de cálcio e magnésio, com a utilização de calcário, neutralizando a acidez. No entanto, o calcário precisa de tempo para agir.

Por isso, alguns produtores optam pela aplicação de filler, por ser um mineral que regulariza mais rapidamente essa situação.

A matéria orgânica deve ser considerada na análise. O aumento dos níveis melhora a fertilidade do solo, favorecendo a manutenção dos nutrientes e a mineralização das moléculas do herbicida.

Quantidade de fertilizantes

Com o solo corrigido e definida a cultura que será utilizada na área de plantio, o técnico calcula a quantidade necessária de fertilizantes. Para se desenvolverem, as plantas precisam macro e micronutrientes essencial. E o excesso ou a falta podem inviabilizar todo cultivo.

Os macronutrientes são exigidos em maiores quantidades pelas plantas: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre. já o micronutrientes como manganês, enxofre e boro são pouco necessários.

Os tipos de fertilizantes mais utilizados nas culturas cultivadas no Brasil são:

  • Nitrogenado: uréia, nitrato de amônio, sulfato de amônio.
  • Potássio: cloreto de potássio, nitrato de potássio.
  • Phosfatados: super simples, super triplo, DAP, MAP.
  • Orgânico: esterco de vaca, cama de aves, pó de rocha, composto orgânico.

Lembre o “Manuseio 4C“, ou seja, utilizar fertilizantes de forma equilibrada no fonte certaNo tempo certo com dose certa e lugar certo.


Com solo fértil, o agricultor terá maiores chances de obter boa produtividade agrícola.

Conclusão

Portanto, como mostramos neste artigo, mesmo com os custos dos fertilizantes variando a cada safra, por serem vendidos pela cotação do dólar, o agricultor não deve descuidar do uso dos produtos citados acima.

Isso porque garantem a fertilidade do solo e a produtividade das culturas. Mas ao mesmo tempo, utilizá-lo com responsabilidade, pensando na conservação do meio ambiente.

Falando em solo, um dos maiores “inimigos” da agricultura é a erosão. Nesse sentido, confira como ocorre esse fenômeno e quais os tipos existentes. Boa leitura!

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