Sorgo forrageiro na alimentação do rebanho

O sorgo forrageiro é uma boa opção para alimentação do rebanho por possuir inúmeras características de adaptação a regiões com chuvas irregulares e altas temperaturas, além de ter capacidade de produzir grãos e forragens de alta qualidade.

Aliás, quando falamos de sorgo na alimentação animal, precisamos entender que existem dois tipos.

O primeiro é o granífero (grãos). Se você quiser entender mais sobre o assunto, fizemos um post detalhado sobre o assunto. O outro é o forrageiraque aprofundaremos mais ao longo deste artigo.

O que é sorgo forrageiro?

A nutrição equilibrada do rebanho bovino é um dos maiores desafios que o pecuarista enfrenta, pois nem sempre dispõe de pastagens de qualidade.

Por isso, é importante ajudar com outros complementos para atender todas as necessidades do rebanho, de forma a manter a qualidade e eficácia da sua produção. Cerca de 80% da alimentação dos ruminantes é proveniente de forragem, sem dúvida devido à sazonalidade da produção de pastagens.

Uma opção forrageira, que vem sendo muito utilizada pelos pecuaristas, é a sorgo forrageiro na forma de pasto, forragem para corte e silagem.

Comparada ao grão, a forragem apresenta algumas diferenças, como o tamanho. É alta, com mais de 2 metros de altura, com muitas folhas, cachos abertos, poucas sementes e alta produção de forragem.

O sorgo forrageiro é utilizado na alimentação do rebanho, inclusive a pasto, devido aos seus nutrientes.

O sorgo forrageiro possui dois subtipos: açúcar e vassoura. O primeiro é utilizado na alimentação animal. Possui colmo (caule) mais doce e suculento. Geralmente é muito bem aceito pelo rebanho devido ao seu sabor.

A outra possui panículas (espécie de inflorescência) em formato de vassoura, que é uma de suas finalidades, ou seja, servir para varrer quintais.

Quais são as vantagens?

Mesmo necessitando de alguns cuidados quanto ao consumo desse alimento pelo rebanho, que veremos mais adiante, o sorgo forrageiro apresenta muitas vantagens. Tanto que é considerado competitivo com outros tipos de suplementos alimentares utilizados no processo de silagem.

No processo de silagem, o sorgo forrageiro proporciona redução de custos com muitas vantagens em relação a outros produtos, como o milho, na alimentação do rebanho.

Por ser considerada fonte de proteína, é muito indicada para bovinos e ovinos, com algumas limitações para suínos e aves devido aos valores nutricionais. Acaba sendo interessante pelo custo-benefício.

Por ser mais barato, seu cultivo acaba sendo mais vantajoso quando comparado ao milho, por exemplo. Geralmente é mais resistente à seca, pragas e doenças.

Pode ser plantada em solos com baixa fertilidade ou com alta umidade (não podendo ser alagados durante todo ou grande parte do ciclo). O plantio do sorgo forrageiro pode ser no período chuvoso (colheita) e também na entressafra, geralmente em sistema de sequeiro, e permite 2 a 3 cortes.

Cuidados com o uso do sorgo forrageiro na alimentação do rebanho

Por mais interessante que seja introduzi-lo na dieta do seu rebanho, é preciso estar ciente de que alguns cuidados devem ser tomados. Um dos motivos é o alto teor de taninos (composto fenólico) em sua composição.

Apesar de ser uma substância benéfica à planta, pois a protege de doenças e os grãos ficam menos expostos a pragas, o consumo excessivo pelo gado pode causar problemas digestivos nos animais e afetar o seu paladar. Para evitar isso, o ideal é que tenha baixo teor de taninos, que varia entre 0 a 0,5%.

No caso da forragem, outro ponto que deve ser levado em consideração, seja para pastagem ou para servir ainda verde, é que ela pode ser tóxica para o rebanho em algumas situações.

Possui ácido cianídrico (principalmente nos brotos), que é um elemento que pode ser prejudicial ao gado. O consumo desta substância pode afetar o funcionamento das suas hemoglobinas.

Porém, tenha certeza de que o sorgo não é um perigo (quando cultivado adequadamente) e pode ser muito nutritivo para o rebanho. Para evitar intoxicações, basta tomar alguns cuidados durante o plantio.

O corte só deve ser feito quando atingir o tamanho entre 45 e 80 centímetros. Isso geralmente ocorre 45 dias após a semeadura.

Confira vídeovisto que o sorgo cortado e a pasto pode ser produzido em pequenas e grandes propriedades na oferta de volumoso ao rebanho:

Fonte: Dia de Campo na TV.

Como deve ser feita a produção

Como já mencionamos, a forma como é feito o plantio e o corte interfere bastante no resultado final. A colheita precisa ser feita no momento certo, pois influenciará no processo de silagem, que é quando a forragem é conservada na alimentação dos animais.

Este procedimento deve ser feito quando a matéria seca atingir teor variável entre 30% e 35%. Fique atento a esse ponto e evite grandes perdas, pois interferirá no valor e na qualidade nutricional.

Uma das preocupações do produtor é saber a época correta de colheita do sorgo forrageiro.

O bom manejo pode garantir alta produtividade, chegando a até 20 toneladas de massa seca por hectare.

Isso pode garantir uma alta qualidade do sorgo, com valores de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) acima de 65% e de fibra com percentuais abaixo de 55%. Lembre-se de que isso pode economizar despesas com concentrados para seu rebanho.

Um ponto a ser considerado é a forma como é realizada a colheita. Na verdade, o recomendado é que seja feito com uma silagem, que é uma máquina puxada por um trator. Consegue dividir a planta em pequenas partículas, que variam de 0,5 cm a 2,0 cm, tamanho considerado ideal para consumo animal.

Após a colheita, o sorgo é direcionado para compactação, quando ocorrem os processos bioquímicos. Todo o ar do material vegetal é removido para que ocorra a fermentação.

Em seguida, a vedação é feita com lona plástica e coberta com terra. Essa silagem deve ficar fechada por pelo menos 1 mês e só então estará pronta para consumo.

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